Gerente da Bragaparques acusado de corrupção
Domingos Névoa, sócio-gerente da Bragaparques – uma das maiores empresas construtoras e concessionárias de parques de estacionamento – foi acusado pelo Ministério Público (MP) de um crime de corrupção activa. Em causa está a tentativa de suborno do vereador do BE na Câmara de Lisboa, José Sá Fernandes, há precisamente um ano.
A acusação foi deduzida na passada terça-feira, pelo procurador Rosário Teixeira. Domingos Névoa propunha-se pagar 200 mil euros ao vereador, através do seu irmão, o advogado Ricardo Sá Fernandes. Em troca, o vereador teria de fazer declarações públicas, voltando atrás nas críticas ao negócio da autarquia com a Bragaparques, de permuta de terrenos do Parque Mayer e da Feira Popular de Lisboa, e desistir de uma acção em tribunal. Esta está, há quase dois anos, a bloquear a construção dos empreendimentos previstos para a antiga zona da feira.
Segundo o MP, Névoa telefonou a Ricardo Sá Fernandes, propondo-lhe um encontro para discutirem assuntos de interesse comum.
O encontro foi a 18 de Janeiro, no bar do Hotel Mundial, em Lisboa. O empresário fez a proposta e Ricardo Sá Fernandes respondeu que iria contactar o irmão. Ambos decidiram logo, porém, avisar o MP e a Polícia Judiciária – que gravou todas as conversas, telefonemas e mensagens trocadas com Névoa.
No segundo encontro, a 24 de Janeiro, Ricardo Sá Fernandes e Névoa discutiram o valor do suborno e a forma de entrega do dinheiro. O empresário disse que pagaria em diversas tranches, sempre a Ricardo Sá Fernandes e de preferência na sede da Bragaparques, em Braga. E que seria mais fácil se Sá Fernandes lhe arranjasse facturas para justificar contabilisticamente a despesa, caso contrário a alternativa seria desviar algumas verbas das receitas das sua empresas.
No terceiro encontro, combinou-se a declaração pública sobre o negócio Parque Mayer/Feira Popular, a proferir por José Sá Fernandes – que o empresário disse ser o único na autarquia capaz de prejudicar os seus projectos.
Névoa queria que o vereador salientasse que a Bragaparques não tivera qualquer responsabilidade nos termos da permuta. E sugeriu até que José Sá Fernandes censurasse o Presidente da República, Jorge Sampaio, por se ter oposto à construção de um casino no Parque Mayer (o que, na opinião do empresário, teria permitido resolver o problema sem custos para a autarquia e sem permutas).
Quanto ao pagamento, em numerário, Domingos Névoa propôs-se pagar de imediato 100 mil euros e, daí a um mês, mais duas tranches, de 50 mil euros cada. E explicou que iria buscar o dinheiro a montantes não declarados fiscalmente, recebidos nas escrituras de compra e venda de imóveis – um procedimento que afirmou ser para si habitual.
A entrega do dinheiro acabaria por não se realizar. Ricardo Sá Fernandes, na tentativa de ganhar tempo, foi protelando a data, até que, segundo o MP, Névoa desconfiou que algo se estava a passar.
Nessa altura, tentou disfarçar e tentar fazer crer que o que estava em causa era um financiamento ao BE – tendo até forjado um SMS e um cartão, em que afirmava que Ricardo Sá Fernandes lhe pedira uma contribuição para o partido, mas que recusara.
Ganda Sá Fernandes.... Um verdadeiro Revolucionário neste "Sistema Social Podre" em que vivemos.
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